quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Fuga pela claraboia é meu segundo livro de poesia e foi publicado em 1997. Produção independente. Capa de Karimai, ilustrações de Fidel Charlie e apresentação de Íris Tavares.

ROL DOS MOTES

Se um raio não cai nunca
duas vezes no mesmo lugar,
por que não fazem para-raios descartáveis?
Dê-me um ponto no céu
e eu ponho uma quitanda.
O inglês é a língua universal
dos ianomâmis.
Aqui tudo se plantando dá
lá fora.
A indústria da seca
já foi privatizada?
Oh! Que saudades que tenho da Aurora
empregada de mamãe.
O poeta é um fingidor
como todo mundo.
A AIDS mata
menos que o medo de admiti-la.
A inflação vai cair
matando a pau.
De médico e louco
todo mundo corre às léguas.
                                 (In: Fuga pela claraboia)

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